terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Umidade Natalina

O dia amanheceu
e o sol nasceu
mas como que por engano
não sabia que era véspera de Natal
e que, aqui, no chão cerrado,
nesta época,
última metade de dezembro,
as vezes é da chuva
céu nublado
frio de verão
e não do céu estrelado,
azulado,
sinal de paixão

sorrateiramente
o sol vai se despedindo
saindo de mansinho
dando lugar aos primeiros pingos do dia
que com um vento fino,
mesmo que tardiamente,
vem dizer
que se Jesus tivesse nascido em Goiás,
nesta época do ano,
Maria e José
teriam que ser precavidos,
mais ainda,
para que as águas do verão
não gripassem o pequenino

encerrando as janelas
pois as águas teimam em entrar
casa a dentro,
encerra-se também a secura do ar
da vida e da alma
pois o Natal no cerrado goiano
também une as pessoas,
mesmo que fugindo da chuva,
enlaçando-as em fraternos convívios,
abraçando os amigos, parentes e presentes,
que não podem faltar,
nesta tempestade de sentimentos irmãos

Pelo menos é assim
que eu consigo imaginar

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